Chega uma hora em que os artistas fazem um balanço das carreiras e revisitam lugares bons e conhecidos. No caso de João Bosco & Vinícius essa visita às origens tem um sabor especialíssimo, “João Bosco & Vinícius e seus ídolos – Estrada de Chão”, novo trabalho onde gravaram as músicas que moldaram suas carreiras com participação dos intérpretes originais.

Durante o processo de produção deste, a dupla precursora  e das mais influentes do novo sertanejo revisitou os anos do circuito de bares, onde permaneceram por cerca de oito anos.

São as músicas que eles ouviam, adoravam e tocavam nos barzinhos, ainda na região pantaneira onde nasceram e surgiram para a música. Ou sejam, são standarts do gênero mais arraizado da música nacional onde dividem os vocais com seus intérpretes originais.

O respeito pela obra que desfilam em “Estrada de Chão” é tão grande que mantiveram o máximo dos arranjos originais. Claro que com pitadas dos ingredientes que os tornaram expoentes da nova safra sertaneja neste trabalho que resgata os 22 anos de carreira da dupla.

Sim, apesar de jovens eles já têm mais de duas décadas de palco e estúdio. Começaram, aliás, com 12 e 13 anos a cantar juntos.

O trabalho, no entanto, abre com uma canção própria da dupla, “Tempo ao Tempo”, onde dão a carta de apresentação do que virá a seguir. E o que vem a seguir é simplesmente um dream team da canção do campo brasileira.

Começa com Zezé di Camargo e Luciano participando de “Me Leva Pra Casa”, emenda com Chitãozinho e Xororó em “Será Que Eu Sou”, Sérgio Reis e a música que dá título ao álbum, e segue com Bruno e Marrone em “Vida Pelo Avesso”. Tem ainda a participação de Leonardo em A Rotina (Fim de Semana)”.

Calma que tem mais. Calma que tem muito mais.

Matogrosso e Mathias dividem os microfones em “Ponto de Chegada”, Cézar e Paulinho vão junto em “Você é Tudo que Pedi a Deus” e Rionegro e Solimões agraciam a clássica “Trem Bão”.

Já Chico Rey e Paraná contribuem em “Em Algum Lugar do Passado”, Roberta Miranda faz o contraponto vocal doce de “Esperando Você Chegar”, Felipe e Falcão cravam “Hoje Não é Nosso Dia” e Marciano vai na toada de “As Paredes Azuis”.

Depois da participação seguinte, que é a de Leonardo, há espaço para Alan e Alladin em “Liguei para Dizer que te Amo” e um fecho com chave dourada em mais duas originais, sem a presença de outros ídolos, “Morena Linda do Mato Grosso”, onde adulam as belezas da terra de origem, e “Amiga Linda”.

Com tantos componentes, o resumo do trabalho vem na frase de João Bosco sobre a expectativa com este “Estrada de Chão”: “Revisitar nossa carreira desde a origem com a participação das pessoas que foram responsáveis por essa é simplesmente a realização de um sonho”.
É a melhor pista do quão bom é o trabalho.